JUCKLIN CELESTINO FILHO

TURBULÊNCIA

Quis \" navegar,

Por mares 

Nunca dantes navegados, \"

Fechou-me a as portas 

Dos oceanos -- Jeová.

\"Como navegar

Era preciso\", segui,

Em longas braçadas ,

E no meu estuário,

Sofri

A influência 

De turbulentas marés 

Que me afastaram do 

Desembocadoro;

Tentei,  então transpor 

As barras do tempo, navegando

Pelo rio intermitente, da colina 

Azul do firmamento,

Embalde o fiz, não havia mais rio

No vértice do tempo,

Só o vazio

A me desesperar;

Me propus, porém, escalar,

Íngremes montanhas,

Bosques, prados

E campinas verdejantes,

Esbarrou na inconsistência 

Do meu olhar,

E a fonte cristalina,

De águas límpidas, transparentes,

Turvou-se ante mim, ao tomar

As dores infligentes

Do mundo,

E o mundo

As dores não  me tomar,

Em confluência 

De dias de tamanhas

Turbulências no calendário 

Da humana existência !