Roberio Motta

CARIRI: Um Estado de Graça

O nosso CARIRI belo,

encantador,

rico em natureza, história,

cultura e nossa gente !

Completo!

 

Sua rica história,

sua geografia e paleontologia

na maior reserva fossilífera do Cretáceo inferior,

terra da grande nação Tapuia da qual pertencia os índios Quiriris/Kariris!

 

Região única e exuberante!

Em que seu Verde Vale

é abraçado pela abençoada

Chapada do Araripe(Ara-Ari-Pe:local onde nasce o dia)!

 

Terras de cenário histórico-político

De braço importante na Confederação do Equador !

Onde a heroína Bárbara inda grita com dor clamando liberdade!

 

Terra de Cultura com suas bandas cabaçais,

entre elas a dos irmãos Aniceto!

E a doce flauta da Solibel!

Do sereno Padre Ágio

Das conversas e de prosa

Das praças e dos campos

Na Sé ou na Siqueira Campos

Da Fé e educação

Das escritas saídas da pena de Madre Feitosa.

 

Da rica xilogravura

com os mágicos

e eternos clichês da Lira Nordestina.

Dos cordelistas equilibristas

da vida e sua sina!

 

Das vaquejadas,

das abelhas a voltar após bailar

e fazer escorrer o doce ouro de uruçu.

 

E o senhor Bantim à espera

do final de tarde

a servir seu sorvete inigualável

e seus pudins que inda

grudam no passado

guardado perto de mim.

 

E no atalho(Assaré) e com maestria

nascia com dom e magia

de asas pretas e espelho branco

fez da rima o seu canto

da terra a poesia

e sob o chapéu

os escuros óculos

guardando a vista cansada

da vida amarga,

do trovador sereno

que fazia da sextilha seu remo

a navegar na canção,

a divulgar o sertão,

seu povo e seu lugar,

a vaca estrela e o boi fubá!

 

Meu Cariri não me deixes partir

Nem no último pau-de-arara,

nem pela doce ilusão

Do ir e vir

 

Pois com o vôo da asa branca

vem a chuva e esperança.

É feito colo e consolo,

feito riso sem desaforo,

feito cancela que se abre,

feito grito de cheguei,

feito riso pela fresta,

água de pote em fim de festa.

 

Terra das esculturas em madeira

Principiada com mestre Noza!

Das peças únicas e coloridas

em couro cores tingidas

realçando o com brilho certeiro

a assinatura de Espedito Seleiro!

 

Terra dos reisados e lapinhas

De menestréis e cordelistas

Da sanfona e poesia

a flor da pele com Fidelis

 

Das rezadeiras e dos benditos!

Do artesanato em palha

das bonecas de pano

da fé e dos desenganos

da busca da retidão

de quem foi torto

das pedras cansadas

da subida do horto!

 

Da argila que se transforma

nas mãos do fascinante Travassus

Da doçura que sai de Amadailton

Com seus doces de várias formas

 

Da candura e das telas

Do juazeiro antigo em aquarela

abençoadas em gratidão

da eterna Dona Assunção.

 

Terra do nosso Santo ”Padim Ciço”

Das romarias e da compaixão

Do perdão e do compromisso

Com os ensinamentos

Do Patriarca do Sertão

 

Terra que transforma vidas,

acolhe  e ensina

Faz gente ser gente

Sara o doente

cresce com Fé e Oração

 

Do Crato histórico

real e belo

com suas fonte e histórias

Em suas águas inda jorra

Missão, catecismo e glórias

 

Da colorida e mágica Barbalha

Da festa de Santo Antônio

Dos seus ricos engenhos e alpendres

Dormentes e distantes

Inda enchem nossas mentes

Dormentes do doce passado ausente.

 

CARIRI que canta e encanta!

CARIRI iluminado

CARIRI judiado seus males espanta

Segue firme e apaga quem incendeia

Leva fé na procissão das Candeias

 

De vista plena e linda

Se vê Nova Olinda

com a casa azul que transforma

crianças em gente

que cria e contagia

sob as vistas tenras

das duas rosas

que exalam o perfume da gratidão

 

Rosiane e a Violeta rosa de Paris.

Do canto que sopra em giz

Do tenro sorriso do além(Berg)

que canta, encanta e faz bem.

 

CARIRI que foi mar

Fez amar com seu museu

Fez mapa para Santana

criado por Plácido

em sua cidade de brancas nuvens.

 

CARIRI que amo!

Amamos!

Um Estado de Graça!

 

Roberio Motta,

Juazeiro do Norte-Estado Cariri, 24 de Nove de um tal de Vinte Vinte.