O nosso CARIRI belo,
encantador,
rico em natureza, história,
cultura e nossa gente !
Completo!
Sua rica história,
sua geografia e paleontologia
na maior reserva fossilífera do Cretáceo inferior,
terra da grande nação Tapuia da qual pertencia os índios Quiriris/Kariris!
Região única e exuberante!
Em que seu Verde Vale
é abraçado pela abençoada
Chapada do Araripe(Ara-Ari-Pe:local onde nasce o dia)!
Terras de cenário histórico-político
De braço importante na Confederação do Equador !
Onde a heroína Bárbara inda grita com dor clamando liberdade!
Terra de Cultura com suas bandas cabaçais,
entre elas a dos irmãos Aniceto!
E a doce flauta da Solibel!
Do sereno Padre Ágio
Das conversas e de prosa
Das praças e dos campos
Na Sé ou na Siqueira Campos
Da Fé e educação
Das escritas saídas da pena de Madre Feitosa.
Da rica xilogravura
com os mágicos
e eternos clichês da Lira Nordestina.
Dos cordelistas equilibristas
da vida e sua sina!
Das vaquejadas,
das abelhas a voltar após bailar
e fazer escorrer o doce ouro de uruçu.
E o senhor Bantim à espera
do final de tarde
a servir seu sorvete inigualável
e seus pudins que inda
grudam no passado
guardado perto de mim.
E no atalho(Assaré) e com maestria
nascia com dom e magia
de asas pretas e espelho branco
fez da rima o seu canto
da terra a poesia
e sob o chapéu
os escuros óculos
guardando a vista cansada
da vida amarga,
do trovador sereno
que fazia da sextilha seu remo
a navegar na canção,
a divulgar o sertão,
seu povo e seu lugar,
a vaca estrela e o boi fubá!
Meu Cariri não me deixes partir
Nem no último pau-de-arara,
nem pela doce ilusão
Do ir e vir
Pois com o vôo da asa branca
vem a chuva e esperança.
É feito colo e consolo,
feito riso sem desaforo,
feito cancela que se abre,
feito grito de cheguei,
feito riso pela fresta,
água de pote em fim de festa.
Terra das esculturas em madeira
Principiada com mestre Noza!
Das peças únicas e coloridas
em couro cores tingidas
realçando o com brilho certeiro
a assinatura de Espedito Seleiro!
Terra dos reisados e lapinhas
De menestréis e cordelistas
Da sanfona e poesia
a flor da pele com Fidelis
Das rezadeiras e dos benditos!
Do artesanato em palha
das bonecas de pano
da fé e dos desenganos
da busca da retidão
de quem foi torto
das pedras cansadas
da subida do horto!
Da argila que se transforma
nas mãos do fascinante Travassus
Da doçura que sai de Amadailton
Com seus doces de várias formas
Da candura e das telas
Do juazeiro antigo em aquarela
abençoadas em gratidão
da eterna Dona Assunção.
Terra do nosso Santo ”Padim Ciço”
Das romarias e da compaixão
Do perdão e do compromisso
Com os ensinamentos
Do Patriarca do Sertão
Terra que transforma vidas,
acolhe e ensina
Faz gente ser gente
Sara o doente
cresce com Fé e Oração
Do Crato histórico
real e belo
com suas fonte e histórias
Em suas águas inda jorra
Missão, catecismo e glórias
Da colorida e mágica Barbalha
Da festa de Santo Antônio
Dos seus ricos engenhos e alpendres
Dormentes e distantes
Inda enchem nossas mentes
Dormentes do doce passado ausente.
CARIRI que canta e encanta!
CARIRI iluminado
CARIRI judiado seus males espanta
Segue firme e apaga quem incendeia
Leva fé na procissão das Candeias
De vista plena e linda
Se vê Nova Olinda
com a casa azul que transforma
crianças em gente
que cria e contagia
sob as vistas tenras
das duas rosas
que exalam o perfume da gratidão
Rosiane e a Violeta rosa de Paris.
Do canto que sopra em giz
Do tenro sorriso do além(Berg)
que canta, encanta e faz bem.
CARIRI que foi mar
Fez amar com seu museu
Fez mapa para Santana
criado por Plácido
em sua cidade de brancas nuvens.
CARIRI que amo!
Amamos!
Um Estado de Graça!
Roberio Motta,
Juazeiro do Norte-Estado Cariri, 24 de Nove de um tal de Vinte Vinte.