Ema Machado

Entre selva e céu...

 

Eis-me 

Frente à selva de concreto

Cá, habitam seres diversos

Alguns, carregam  um deserto

 

Entre muros lisérgicos,  luzes e o ilusório

Há uma batalha em ação

Sobras, compõem o cenário comprobatório

Vivem estirados pelo chão...

 

A cidade faminta engole

Sua enorme boca repleta de arranha-céus

Mastiga sonhos temperados com fé

Nutre-se do ego de sua prole

O céu, artigo de comércio para quem quiser

 

Eis-me aqui

Frente a selva de pedras

Busco um oásis, sigo o curso

Às vezes caminho, em outras navego

Tateio às cegas... 

 

Busco um  céu

Isento de onerosos custos

Entre carros, trafego

Uma pipa passeia ao léu, parece absurdo...

Ainda creio em anjos…