JUCKLIN CELESTINO FILHO

A ROSA QUE TE DEI

Os pássaros

Não vieram.

As nuvens

No horizonte 

Escureceram.

A rua

Ficou deserta 

E triste

Sem a cantoria

Matinal.

Olhei em torno.

Tudo deserto. 

Deserto de alegria 

Meu coração!

Foi-se o encanto!

O céu 

Despiu-se de estrelas. 

A terra 

Perdeu o viço!

Murcharam as flores

Nos vergeis 

Da vida.

Procurei por Rosa,

Nunca mais 

A vi!

No jarro,

Murchada a rosa 

Que a ela dei.

A única flor

Que não 

Deveria murchar.

Mas de tristeza 

Feneceu por não 

Mais nos vir juntos!

Outra rosa,

Jurei ir buscar 

Em jardim alhures. 

Esqueceste a rosa 

Que te dei!

Não te maldigo, não !

Passa o tempo.

Tudo muda:

Fenece a orquídea. 

Murcha a flor.

Adeus, Rosa,

Minha rosa

Já fanada!

 

POEMA PUBLICADO EM DEZEMBRO, 1979

EM ITABUNA --BA