Marçal de Oliveira Huoya

Insônia

Noites 
Em que se é 
Fácil presa 
De uma luz interna
Acesa 
Em que se acende
E se apaga 
Constantemente 
Em que o sono
Somente afaga
Chega, cheira 
Mas não traga 
Superficialmente 
Noites de incerteza 
Se a imagem 
Era um holograma 
Pairando sobre a cama
Porque a fronteira 
Entre sono e sonho
Engana
Noites que todo o mundo 
Dorme 
Mas a sua noite
É enorme 
E só começa de manhã 
Corpo cansado 
A mente chã 
Mil vezes
Muda de lado 
Os olhos teimosamente fechados 
Se recusando a aceitar 
Que naquela noite
O amigo sono
Não virá lhe visitar
Noites que se olha 
Ao redor 
Mas não há salvação 
E que a chegada do sol
É o problema 
É a solução 
Morfeu entra em cena 
Figurante inoportuno 
E sem noção 
É expulso
Como um huno
Pelos claros ruídos do dia 
Mas agora sem servidão 
Visitante que teria dado 
Tanta alegria 
Se não fosse
Um convidado temporão, 
Com sua aparição tardia...