Noites
Em que se é
Fácil presa
De uma luz interna
Acesa
Em que se acende
E se apaga
Constantemente
Em que o sono
Somente afaga
Chega, cheira
Mas não traga
Superficialmente
Noites de incerteza
Se a imagem
Era um holograma
Pairando sobre a cama
Porque a fronteira
Entre sono e sonho
Engana
Noites que todo o mundo
Dorme
Mas a sua noite
É enorme
E só começa de manhã
Corpo cansado
A mente chã
Mil vezes
Muda de lado
Os olhos teimosamente fechados
Se recusando a aceitar
Que naquela noite
O amigo sono
Não virá lhe visitar
Noites que se olha
Ao redor
Mas não há salvação
E que a chegada do sol
É o problema
É a solução
Morfeu entra em cena
Figurante inoportuno
E sem noção
É expulso
Como um huno
Pelos claros ruídos do dia
Mas agora sem servidão
Visitante que teria dado
Tanta alegria
Se não fosse
Um convidado temporão,
Com sua aparição tardia...