A vida para mim é a vaporosa
Sensação de uma ausência de mim mesmo,
Pressinto-a tanto leve como a prosa
De palavras ao vento, indo a esmo.
Vulnerável, sem eco, como a rosa
Sendo despetalada e que não resmo
As pétalas, não mais, da esplendorosa
E perdida visão, se me ensimesmo.
Pressinto, nessa tênue sensação,
De que ainda estou vivo e com o receio
De que a qualquer seguinte marcação
De segundo serei desencarnado...
E que esse momento que me veio
Em mim já estava escrito: sou finado.