Não lembro lembrando
Não sinto, sentindo
Não quero, querendo
Não amo, amando
É infernal. Vivo me contradizendo!
Não me entrego e sou tua
mesmo não querendo.
Espanto tua lembrança
trazendo-te à recordação
E lá ,vais permanecendo
Parece praga,doenca incuravel,
insondável, não dignosticavel.
E la\' pareces insensível
Engano meu! És só inalcançável
No fazer e no dizer impossível.
Mesmo assim,tão desejável!
E ,malgrado meu nao- querer.
Continuas tão perto de meu viver.
Um Mundo de distância nos separa.
Mas,para te esquecer tenho que nao-ser.
Quebro a alma em pedaços,me liquefaco.
Nem mesmo assim consigo te esquecer
pois,em cada caquinho , lá está você!
Maria Dorta. Escrito em set.1979