Somos sombras, mais nada. Desde o início
Círculo vicioso interpomos
No intuito de voltarmos ao indício
Que não foi nem princípio de o que fomos.
Ao obtermos da Morte o seu ofício
Já com fé a esperança nela pomos
Em mais sombra alcançar e nesse vício
Nós sem eco, no chão, nos decompomos.
Minhas palavras ditas não são mais,
Senão palavras soltas, como o vento
Que em si sombra não forma e sem, jamais,
Querer retorno à sombra que não fez:
Diferente de nós co\' o pensamento
De sermos, ao morrer, sombra outra vez.