JUCKLIN CELESTINO FILHO

SOMBRAS DA MALDADE

Olhar-se ao espelho

Não quereria!

Sua imagem desbotaria!

Veria na pasma retina,

A face de um vivo

Vermelho estampado,

Inclemente espelho

Perversa, diabólica criatura,

A que sua consciência 

Pesada denuncia!

Foge, qual ladrão 

Que corre espavorido

Após o furto,

Sem poder levar

O espúrio produto,

É a sombra do errado 

A lhe fustigar

O vulto...!

Colhe agora, da própria semeadura 

O amargo fruto!...

Assim o é , o prêmio concedido 

Aos que na surdina

Praticam malfeitos,

E tentam fugir inutilmente 

Da própria sombra

Que depunha contra seus defeitos,

Cujo fantasma, é a  consciência 

Que noite e dia

Implacavelmente 

Os assombra

Sem tréguas, sem clemência !