Confesso,
Chegando feito ventania
Adentrou a morada vazia
Nem perguntou, se era o que eu queria...
E assim...
Desconcerta minha certeza
Trazendo tua alma vadia
Teu jeito de pirata a invadir minha pacata natureza
Trouxe o olhar faminto
Despertador de loucos instintos
A luxúria de se ver desejada
E esse desejo que em mim
Fez morada
Digo-te!
O que queres que faça?
Fujo de ti e de mim
Nas altas madrugadas
Vens aqui, roubas minha sanidade e minha pele maltrata…
És o fogo que me consome
És tudo do que fugia
O delírio, o pecado
A maldita distância a nutrir a fome…
Confesso, ainda que queira
Não sei o que fazer
Inventei histórias, amores
Sabores…Nada justifica esse querer
Essa nossa história
Tornei-me enigma
Não tenho como, decifra-me!
Só tu podes, tornei-me instantes, perco as horas…