Ema Machado

Confusão...



Confesso,

Chegando feito ventania

Adentrou a morada vazia

Nem perguntou, se era o que eu queria...

E assim...

Desconcerta minha certeza

Trazendo tua alma vadia

Teu jeito de pirata a invadir minha pacata natureza

Trouxe o olhar faminto

Despertador de loucos instintos

A luxúria de se ver desejada

E esse desejo que em mim

Fez morada

Digo-te!

O que queres que faça?

Fujo de ti e de mim

Nas altas madrugadas

Vens aqui, roubas minha sanidade e minha pele maltrata…

És o fogo que me consome

És tudo do que fugia

O delírio, o pecado

A maldita distância a nutrir a fome…

Confesso, ainda que queira

Não sei o que fazer

Inventei histórias, amores

Sabores…Nada justifica esse querer

Essa nossa história

Tornei-me enigma

Não tenho como, decifra-me!

Só tu podes, tornei-me instantes, perco as horas…