g.Canazza

C I R C U L O S

O poeta malandro

de bombeta

sem sono

cria uma história fictícia

triste, ainda que por cima

 

O inverso afunda o vacilão intitulado bom samaritano

em tua hípica tentativa de fuga

consta-lhe o perdido

e só vem aparecer quando é tarde demais

 

Não há preço a ser pago

não há endereço a ser cobrado

somente o farvalho do farelo

quase amarelo

na luz do próximo poste

 

Essa luz guarda geometricamente a sensação do som da poesia

isso atiça o tato do poeta

me lanço na imagem dos cacos de vidro espalhados pela rua

e manifesto na noite alcalina

a escaramuça que esmiuça todo o cerne dos acomodados 

 

Poetas não morrem por meros  tragos