Divaldo Ferreira Souto Filho

À espera

A razão chega da cidade

De malas prontas para partir

O trem já se vem...

 

É hora de seguir os trilhos

Já se embarca no caminho

Rumos incertos a navegar

Que o destino teima a dizer:

Eu sei o que tem do outro lado

Daquela montanha verde-azul

E lá se vai desenraizado

Sem distinguir o norte do sul

A distância de cada trilho

Se faz crescente a cada momento

 

Faz-se presente a lua com seu brilho

Clareando as vistas do tempo

É! Já era hora de deixar

O peito fazer sua função

Desde quando fora trabalhar

Em prol dum fulgurante palpitante sentimento

Ganhara uma desconfortante dor

 

Na cidade que reina o amor

Não há governante

Quem regras impor

Se não pegar o trem

Periga, no mesmo instante,

Da razão ficar sem

 

A razão chega noutra cidade

Não sabe até quando vai ficar

Mas ao trem já se põe a esperar...