Entre uma tarefa e outra,
muitos levantes são ditados,
às vezes, com interferências,
outras vezes, sem recados.
E para evitar o queixume coletivo,
que de fato, o certame é,
sobram desafios, sons evasivos,
por causa do silencioso:
- Vamos tomar café?
O encargo nem é tão pesado,
mas o diarismo causa canseira,
às vezes, até com ingerência,
sequenciada, sem eira e nem beira.
E para desafetar a quietude,
num desacerto de quem aparentemente nem quer,
ventilam elogios sempre irônicos,
por causa do frenesi:
- Vamos tomar café?
Assim, durante todo dia,
o vai e vem até incomoda,
às vezes, provoca sarcasmo,
outras vezes, nem comentário roda.
E é desse jeito a realidade,
que deixa muitos de orelha em pé,
rotina produtiva, semblantes felizes,
é o desjejum ocupacional:
- Vamos tomar café?