JUCKLIN CELESTINO FILHO

ENTRE FLORES E ESPINHOS

Outros cantos entoarei agora,

Mesmo que deles não me encante tanto,

Pois vale os versos sentidos 

À melancolia 

Do vazio pranto!...

Das flores - os espinhos

Na alma premidos

Retirarei  de pronto ,

Sabendo embora

Que  às vezes para colher flores,

Nos espinhos 

Nos machucamos tanto!

Inda que a mágoa, o peito me doa,

Hei de seguir cantando,

Cardos e espinhos deparando

Pela estrada longa do viver!

Mas não me porei

Chorando,

Pela vida lamentando!

Bem sei

Que nem sempre flores 

Havemos de encontrar

Pelos caminhos afora,

Todavia canto,

E me acompanha harmoniosa melodia 

Que a voz do vento entoa,

Porque mais triste,

É não poder cantar,

Não  ir em busca de novo alvorecer 

Que tão belo existe!