Divaldo Ferreira Souto Filho

Meu sonho é real

Se eu atirar meu pé no movimento

Do ventilador que de noite aperto

Variável se verá o corpo no tempo

O vôo do sangue das veias é certo

 

Eu deitado no colchão de cascalho

Duro como o chão que o dia atravessa

Dormindo, eu só me atrapalho

Pedindo que o ventilador me aqueça

 

De noite, o dragão cospe fogo no castelo

De dia, ele foge das cinzas de gelo

E me leva consigo pra realidade

 

Volto, já exausto por girar no tormento

Viro a noite, vivo-a aquecido todo momento

Na noite, meu pé sangra de verdade