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JUCKLIN CELESTINO FILHO

SENTENÇA DA VIDA

A inflexibilidade da morte,

Acolhe em seu leito sombrio,

Toda criatura!

Ensina, pois, lição 

Tão dolorida:

Não adianta a posição 

Social a que a pessoa pertença:

Se pobre, se juntou na terra tesouro,

De nada vale do cidadão 

Todo o ouro,

Pois no termo final à sua vida,

Não há  batalha que vença 

Para burlar a morte:

Vai de sorte,

Para o sepulcro frio,

Sem nada levar a criatura!

A morte, mordaz, traicoeira,

Parece zombar

De quem amelha riqueza,

E pensa que por possuir dinheiro

Pode espezinhar o mundo inteiro,

Que nunca  há de chegar 

Sua hora derradeira !...

Mas de repente,

Indiferente

Ao mundo que  gira

Na carretilha devastadora ,

A dama sombria 

Que habita as catacumbas, 

Que a quem visitar

Não  escolhe,

Sua force mira!....

E de repente,

Tão de repente,

Lá se foi o poderoso,

Pessoa que se achava imorredoura,

Vivendo  vaidoso

No seu reluzente trono

De desenfreada ostentação 

Para a fria sepultura,

Cumprindo inexoravelmente 

Sentença  da vida:

A morte  acolhe

Todo ser humano 

Em seu leito sombrio,

Impondo uma certeza:

É igualitária a morte,

A toda criatura !