Eras

Visões

Angústia,  desolação 

Horrores, traição 

Escuro, medo

Sinto isso tão cedo

 

Miragens longínquas 

Sonhos, pesadelos 

Minh\'alma recua

Ante temê-los

 

Pensamentos abstratos

Consciência em pedaços 

Na minha mente retrata

Recordações em frangalhos

 

Procuro uma luz

Mas não acho

Nem mais a cruz

Que diacho!

 

Tento rezar

Mas não consigo

Não consigo encontrar 

Um amigo

 

Pago os meus erros

Toda minha consciência 

Está no enterro

Enterro da consciência 

 

Oh, não! Outra vez

Imagens, sombras

Tudo isso em mim fez

Que a mente tomba

 

Encarcerado, dominado

Onde está minha saúde 

Meu encéfalo despedaçado 

Quase a ir para o ataúde 

 

Drogas injetadas

Células esmagadas 

Mente desvairada

Alma renegada

 

Já não vivo

Meus desejos são cativos

Meus pensamentos em desalento

Dominá-los, eu tento

 

Quando conseguirei 

Sair desse pesadelo

Para onde irei

Onde não possa tê-lo?

 

Onde estais Deus?

Não sou mas ateu

Creio nos poderes Teus

Isto vem do coração meu

 

Coração insensível 

Que já não sabe amar

Coração temível 

Pelo seu odiar

 

Odeio o que existe

Odeio a mim mesmo

Tudo isso vós vistes

Nos meus pensamentos a esmo

 

Quem sou eu?

Onde estou eu?

O que aconteceu?

Eu morreu.

 

Escravo do mal

Liberdade inexistente

Luta sem igual

Contra poder intermitente 

 

Isto é o fim

De uma mente humana

Eu não pensei que fosse assim

O existir de uma mente insana.