A chuva encontrou as ruas vazias
A cidade em doce letargia
Quase tristes as flores
Penitentes, na quaresma de dores
Eram fins de março
Era perigoso um abraço
As nuvens, barcaças carregadas
Deslizam á bombordo das madrugadas
Lá fora,um metrônomo a gotejar
O violino da chuva a arpejar
Peço silencio,ó pensamentos
Quero ouvir das cordas o lamento
Hoje visitei o campo das cruzes
Onde sorriem os vermes ao apagar das luzes
Acordei, olhar marejado e baço
Aos sons da orquestra de março.