Maria do Socorro Domingos

FENIX

FENIX


O poeta é um fabricante de sonhos.
E por ser fabricante de sonhos
Tende a viver voando pela imensidão.
Como  qualquer outro ser  ele sofre, chora,
Apaixona-se, aposta todas as suas fichas na roleta da vida
Ganha...  Perde... Sente dor e desilusão.
A alma do poeta é como um veleiro
A singrar os  mares bravios.
E, em meio às tempestades, as suas mágoas
Misturam-se às águas do mar e o poeta  sente medo...
Pensa em desistir da luta... Soluça ...  Sente calafrios!
Poeta tenta  transformar  todas as estações em primavera...
Poeta não sabe distinguir quimera de razão.
E, às vezes, esquece que também é gente
Já que em  seu peito há sempre uma chama ardente,
Semelhante às lavas expelidas pela boca de um vulcão.
O poeta vive as suas emoções e dá vida às emoções alheias
Caminha em meio à escuridão, embrenha-se em labirintos,
Cai em armadilhas que a própria vida lhe oferece
E até pensa que vai sucumbir,
Que já não é capaz de sobreviver à dor e à solidão.
Mas  há no poeta uma fé interior que o  impulsiona,
Algo que lhe faz ressurgir de suas próprias cinzas,enxugar o pranto
Reunir as forças e  seguir em frente, em busca de  acalanto,
De uma nova paragem    onde possa repousar o seu  irrequieto coração!

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Maria do Socorro Domingos