Que tristeza perversa me domina!
Nela persiste tanto desalento,
Um desconforto atroz que desatina,
No bom senso de agir, meu pensamento.
Mas no álcool encontro a medicina,
Que suposta me traz maior alento,
Eleva-me aos píncaros que atina
O meu pensar além de sofrimento.
Do álcool encharcado e alma esquecida,
Em gostoso torpor cheio de encantos,
Que livres esvoaçam além da vida
Num patamar longínquo dos meus prantos:
Sinto aquela mulher que eu tinha em mente
Não ser mais ilusão– está presente.
Tangará da Serra, 25/11/2019