Sobreira Rangel

Deus

Eu lhe procurei pelos vales

Montanhas e mares

Procurei-lhe no coração

Na alma e na razão

Na solidão eu me pus

Pra sua voz ouvir

Mas como um surdo

Um mudo não ira lhe ouvir

 

Sei que podes me ouvir

Blasfemar em palavras

Até o que não senti

 

Oh! Deus onde estais

Não seja tão oculto

Meus olhos incapazes

Não enxergam no escuro

De joelho plantado

Esperei a fé germinar

Mas se não for regado

Nada pode brotar

 

Sei que podes me ouvir

Blasfemar em palavras

Até o que não senti

 

Eu lhe procurei nas crianças

Nas lágrimas e lembranças

Nas vidas passadas Deus

No palheiro cheio de agulhas

Nas ciganas que lerão

Futuros na palma da mão

Nas cartas sobre a mesa

Nos olhos que projetam incertezas

 

Sei que podes me ouvir

Blasfemar em palavras

Até o que não senti