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O que sou eu?
Grão de areia que na poeira do caminho se perdeu?
A lágrima que não caiu, sorriso que não saiu
Palavra que não mais se fala, pois doeu...
O que sou eu?
Fruta que muitos veem e ninguém colhe
Poeira na soleira da porta...
Brisa que ninguém sente
Flor sedenta, quase morta e não há quem molhe
Não sei o que sou, mas, sei quem sou...
Sou, a anedota que ninguém mais riu
O tapete no meio da sala
Um passado que quase partiu
Restou só a mala
Foto antiga que na parede a profana
Ninguém a quer ou ama
Sou velhice, demente e insana...