R.Capuano

Cartas marcadas

As coisas ficaram para trás,as coisas ficaram sem jeito,por isso pagamos o preço...o preço de um amor imperfeito.

 

Aí já era, não adianta chorar,ela irá dizer a você :perdeu, afinal...quem é você? se olhe no espelho... um pobre sem dinheiro. 

 

Se contorceu,espremeu as mãos, ficou pálido, emudeceu,as pernas tremeram,foi contundente, atingiu sem piedade a pureza da minha alma.

 

Sobreviveu,teve que lutar, ou a vida ou a morte, não optou, traumatizado ficou,sem entender...tremenda estupidez, talvez covardia,mas perdoou.

 

 Sua sombra me sonda,me segue, observa ao longe, paranóia? curiosa, sinal de algum sentimento percebo, preocupada talvez, calma, nada vou dizer.

 

 É estratégia... mulher inteligente, conduz a situação,convidou pra jogar,perdi,não percebi a trapaça,cartas na mesa.

 

Fico atento às jogadas, não escondi a malícia, passei as cartas,blefei,pago pra ver ...perdi outra vez.

 

Última jogada, acabou as fichas,analisei a situação,estudei os movimentos, entendi os procedimentos,jogada de mestre.

 

Matei a charada, carta na manga,carta marcada,era a dama de ouros que faltava,era muda não falava, observava, pensei... é o jogo do amor, vou jogar... é ganhar ou perder.

 

Silêncio absoluto, ideias tóxica no ar, sentada na mesa esperando eu jogar... claro, querendo me devorar... preciso agir, preciso pensar.

 

Vou quebrar esse clima, jogarei com meus poemas,ela terá que pensar,cada verso estudar, ficará perdida sem intuição faltará sensibilidade para compreender.

 

Terminou o jogo, não sei se perdi ou ganhei,arrisquei, quis seduzir apanhei, quis conquistar,barreiras encontrei, território proibido, altamente vigiado, neurose de guerra... enlouqueci.