Luto contra meu lado avesso,
lado obscuro cuja matriz desconheço,
mas,estranhamente,o aceito
sem ele me diluo,me liquefaco.
Dele tento fugir,mas sem ele
não poderia existir:onde há luz
a sombra sempre se imiscui.
Para poder comigo co-existir
fiz um pacto: deixo fluir!
Aceitei- me luz e sombra
para poder subsistir.
E quando o peso da sombra
ameaça meu devir,
curvo o dorso,mas o interruptor
não desligo.
Assim encontrei o equilíbrio
o lusco-fusco é meu abrigo
e dele,tornei- me bom amigo.
7.09.2020 Maria Dorta