JUCKLIN CELESTINO FILHO

A JUSTIÇA NÃO TEM LADO

Podem me prender,

Sou de mim mesmo - ladrão!

Não  me oponho,

Nas mãos da Lei me ponho 

No ato incontinenti de me render!

Sou culpado de um crime  sem perdão:  

Ter tido a crença  de ser 

Aquela  badalada operação ,

Isenta na luta contra a corrupção!

 

Como fora eu, um idiotizado,

Deixando-me pela malhas  da ilusão 

Inocentemente  envolver,

Bobamente enredado 

Ao  não perceber 

Que aquela turma  estava

Dando trato à  bola nada alvissareiro 

Nos bastidores de uma fábula  para iludir 

Crédulos  em falsos santarrões:

Alardeando que atacava

Ferrenha e tenazmente  a corrupção 

De todo sistema político brasileiro. 

Na mentira agiram

Como encantadores de serpente 

Ao ludibriarem tanta  gente,

Que não  se  deu  conta 

Que na manobra dos  fanfarrões,

Apenas um partido político era visado,

Por quem sempre teve lado.

 

O outro lado - aquele primaz lado,

Por mais que fizesse algo errado,

Era sempre poupado

Por quem sempre teve lado!

Nesta intricada liça,

Pode-se ter lado,

O que há de errado?

Mas que esse lado

Fique do lado

Da verdadeira Justiça!

 

O lado que falta com o dever

De na querela  não ter lado,

Prejudica o outro lado.

E esse lado que protege

A determinado lado,

A Justiça  não  faz valer

O equilíbrio da balança  -

Ao reverso, na injustiça avança  -

Perseguindo o outro lado.

Chamamos de larápio, o magistrado 

Que tem lado!

A verdade 

É  que a Justiça  deve

Só ter um lado: o lado

Da imparcialidade!