veja os ossos brancos da aurora
em constraste a enegrecida casaca
que cobre a catedral e quem ali adora
veja o dia, nas quatorze estações da via sacra
vou buscar no alvorecer as cores matizadas
pois há cinza em meus olhos, tanta
seria o borralho de paixões eletrizadas
ou das palavras mortas crestadas na garganta
quero ver lá fora a ascensão do sol
ensanguentar as águas da represa
penalizou-me o balé das estrelas em estol
quando os colibris sugarem a última luz do dia
e os cães ladrarem na soleira da noite
arpoarei com os olhos a estrela guia.