chiquinho

madrugada

veja os ossos brancos da aurora

em constraste a enegrecida casaca

que cobre a catedral e quem ali adora

veja o dia, nas quatorze estações da via sacra

 

vou buscar no alvorecer as cores matizadas

pois há cinza em meus olhos, tanta

seria o borralho de paixões eletrizadas

ou das palavras mortas crestadas na garganta

 

quero ver lá fora a ascensão do sol

ensanguentar as águas da represa

penalizou-me o balé das estrelas em estol

 

quando os colibris sugarem a última luz do dia

e os cães ladrarem na soleira da noite

arpoarei com os olhos a estrela guia.