Marçal de Oliveira Huoya

Aridez

Como se tornou
Seca, a boca que lhe beija
Uma fruta peca
Acre cerveja
Árida paisagem
Amargo esse sabor
Ácido humor
Que despeja a dor
Tão bruta estiagem
Folhagem ressequida
Cenho sem vida
Exposta ferida
Sob um céu assustador
E se não há brisa
Só raros oásis
Luas sem fases
E mais nada ameniza
Este cenário sem cor
O que falta
É o que precisa
Olhar onde se pisa
Para não machucar a flor...