O fim do ano chega
vestido de luzes piscando,
cheiro de riso no ar
e promessas embrulhadas em papel colorido.
O Natal acende estrelas nas janelas,
copos se erguem,
abraços se repetem,
e há quem acredite que a magia
mora exatamente aí:
no trbalho, nas risadas, nos presentes.
À meia-noite, os fogos rasgam o céu,
como se o tempo pudesse ser reinventado em cores.
Desejos são lançados junto às faíscas,
e por alguns segundos
todo mundo acredita
que tudo pode ser diferente.
Mas nem toda casa tem festa
Há meas com cadeiras vazias,
há risadas que não voltam,
há quem não celebre
porque sentir dói mais
do que qualquer contagem regressiva.
Alguns não gostam das festas,
não por falta de fé,
mas por excesso de memória.
Porque certos nomes ainda pesam,
e certa ausências
fazem mais barulho que os fogos.
Ainda assim, o ano termina,
E mesmo em silêncio,
há algo mágico em pensar no recomeço.
Em escrever metas com lápis leve,
em imaginar versões mehores de si,
em acreditar -- mesmo cansado --
que o próximo capítulo pode ser mais gentil.