Enquanto pelos bairros da metrópole
Amigos e vizinhos se ajuntam em ordem
Criando laços
Compartilhando embaraços
Celebram com banquetes
Assentando-se em cadeiras ou em panos
No salão ou no chão
E juntos
O pequeno Digo observa
De longe, suspirando, quase lacrimejando
Sem saber o porquê de tal sentimento
Se ajoelha no campeiro
Imagina o mesmo ocorrendo
Com as mesmas pessoas assentadas
Contando as mais variadas histórias
Cantarolando e dançando
Aos que se passam no seu arredor
Cumprimentam-no com palavras de ânimo
Talvez, em suas inocências, não saibam o que se passa.
Logo voltam aos seus próprios afazeres,
Já que todos estão ocupados com as tarefas
Relacionadas aos banquetes
E suas diligências
Tão logo o pequeno Digo levanta-se
Confiante de que se ao menos ele fizer algo
Para entregar à mesa
Poderá estar junto
Retorna à sua casa,
Contando o pouco que há,
Prepara um pequeno pão
E duas garrafas de suco de uva.
Com tudo pronto
O pequeno Digo caminha até o destino
Carregando suas esperanças
Já anoitecendo
O pequeno Digo chega
A grande celebração
Mas não dão importância
Aqueles que o olharam
Decepcionaram-se com o pequeno Digo
Perguntaram-no:
\"Olá Digo, diga-me, o que trouxeste?\"
Angustiado com a reação daqueles por quem tinha muita afeição
Vestiu o capuz e assentou-se na beira da calçada
Chorando baixo, pensando no que lhe faltava
Para caber à mesa