Ruinas
Quando olhava dentro dos teus olhos, sentia-me como se estivesse sozinho no fim do mundo, não trocaria te ter em meus braços por estar em nenhum outro lugar.
Iria até os confins até os confins do universo; viajaria na cauda de cada cometa apenas para te alcançar, catalogaria cada estrela e veria de perto cada buraco negro. Buscaria você cada planeta, por mais árido e esquecido que fosse, tornaria me parte de tudo o que cruzei até que o meu destino enfim tropeçasse no teu,
E quando o fim de todas as eras chegar, enquanto o mundo se encolhe sob raios e trovões, eu serei o teu próprio incêndio. Se preciso for, queimarei até o cair da chuva e assisto, ao teu lado, o universo se reduzir a cinzas
Sem perguntas, sem medo, sem recuar. Ainda que o universo desabe e o mundo se desfaça em pó, que entre o corte das rochas brotem raízes e espinhos. No coração dos escombros, sob o peso esmagador de todas as ruinas, novamente eu atravessaria o infinito entre cada átomo e preencheria cada vácuo de sua ausência só para te tocar outra vez.