Mente, finge, me engana, Safira:
Digas sorrindo que és meu amor,
Mesmo que seja mentira,
Para não zombares da minha dor!
Deixas aberta a ilusória chama,
Engano de quem ama!
Safira, ou Sofia,
Não confundirei teu nome idolatrado:
Uma, é pedra preciosa de raro achado,
A outra, sabedoria
Que não tive ao ter amado
Alguém que não me queria.
Na inconsistência de um louco sonho,
Querer ter o céu, na terra estando,
Não pode o espinho, juntar-se à flor:
Um, fere a alma em tormento tamanho;
A outra, é encanto, o ambiente perfumando.
Mas logo esmaece.Perde o esplendor!
Fora mera ilusão, o que por ti sentira,
Desvairada cigana!
Segues, em busca, doidivana Safira,
De novas emoções!
A outros bobos engana!
Machuca, pisa, insensatos corações!