Victor Severo

Alcoolismo.

Não podes vencer o mundo.

E te negas ao mundo enfrentar.

Por isso foges, mesmo sabendo.

Que uma hora irá com ele duelar.

Certo da derrota...

Te escondes, com a vã intenção.

De esquecer de todas as tuas dores.

Mas, não adianta lamberes tuas feridas.

São cicatrizes que jamais curarão.

São gigantes os dissabores.

São constantes os tormentos.

E quando achas que findaram os sofrimentos.

Surgem novos, vorazes para te torturar.

Perverso, sedento pelo o que sobrou de ti.

O demônio que se alimenta de tua alma.

Descansa agora, saciado, arrotando.

Tendo se alimentado de tua maior fraqueza.

Dorme tranquilo, mas em breve acordará.

E quando acordar, com sede infinda.

Tu sabes; não acabou ainda.

Tu sentirás prazer, em querer.

De novo e de novo esse demônio alimentar.