Neste final de ano,
muitos pais abriram caixas,
laços bem feitos,
sorrisos ensaiados.
Ganharam o que brilha,
o que se compra,
o que se exibe,
o que termina no uso.
Mas o que muitos desejam
não vem com etiqueta...
querem ternura sem data,
abraço que não tenha pressa.
Querem cuidado cotidiano,
presença que não se negocia,
escuta que não se ausenta,
amor que não pede ocasião.
Um dia, quem hoje presenteia
também sentirá o peso do tempo,
e aprenderá, tarde ou cedo...
Que carinho verdadeiro não se embrulha e se oferece o ano inteiro.