Nas ruas sempre há
Aquele vazio,
Aquele vazio,
Cheio de gente
Andando pra lá
Andando pra cá,
E aquela gente
Cheia de vazio,
Olhando o nada
Olhos fantasmas
Atravessando as
Paredes,
Os carros,
As pessoas
Que morrem de fome
Nas calçadas cheias
De sujeira,
De medo,
De lágrimas
E vazio.
Nas ruas sempre há
Aquele vazio,
Aquele vazio,
Na barriga,
No peito,
Dos ilustres desconhecidos
Que são abraçados
Pelo sol e buzinas,
E mesmo no trem lotado
De gente por todo o espaço,
Ainda há vazio,
Nos olhos,
Nos peitos,
Nos sonhos,
E no jeito como olham
Os filhos da.nação!