É tarde para chorar os passados
Que se perderam de vista
Pelos incontáveis giros da terra.
É tarde, demasiadamente tarde
Para alimentar as quimeras
Que devoraram a carne tensa
Do teu corpo fraco.
Na tua pele vibram ainda os impulsos
Que te empurram a diante.
É tarde para pautar a vida
Sobre escombros dos castelos
Que ruíram antes que pudessem
servir de abrigo.
Nos teus ossos velhos,
Estão gravados os fantasmas
De outro tempo,
A noite quente cravejada
De estrelas e incertezas
Sussurra em teus ouvidos
Te convida à mergulhar no desconhecido
Antes que seja tarde demais.