Dizem que ter pais vivos
é a maior sorte do mundo,
e é mesmo
porque no meio do caos
às vezes tudo que a gente quer
é um abraço que acolha
e um lugar pra descansar o coração.
Mas o que ninguém vê
é quando esse amor vira prisão,
quando crescer vira pecado
e sonhar sozinho vira desobediência.
Nem todo adolescente é rebelde por escolha,
às vezes ele só está cansado
de viver debaixo de asas
que não deixam mais voar.
A gente não quer abandonar,
não quer esquecer,
não quer desamar.
A gente só quer aprender a existir
sem pedir permissão pra sentir.
E dói
dói demais
quando o amor da sua vida
escorre pelos dedos
não porque acabou,
mas porque não deixaram continuar.
Quando te convencem
de que amar é erro,
de que escolher é cedo demais,
de que seu coração ainda não sabe o que faz.
Mas quando Deus coloca alguém na sua vida,
não é acaso,
não é distração.
É aprendizado,
é espelho,
é evolução.
E se esse amor faz você crescer,
amadurecer,
se tornar alguém melhor,
então por que lutar contra ele?
Dizem:
“Você manda na sua vida quando fizer 18.”
Como se sentimento tivesse data,
como se dor tivesse idade,
como se amor esperasse aniversário
pra ser real.
O que devia ser normal
é confiar.
Deixar tentar,
deixar errar,
deixar aprender.
Porque errar também educa
e nem todo “errado” dos pais
é errado pra quem sente.
Proteger não é controlar.
Amar não é prender.
Criar um filho não é escrever o roteiro da vida dele,
é ensinar a caminhar
mesmo quando o caminho assusta.
No fim,
o que todo filho quer
não é romper laços,
é ser ouvido.
Não é fugir,
é ser entendido.
Porque crescer não significa deixar de amar,
e amar alguém
não deveria nunca significar
perder quem se é.
E viver…
ninguém aprende a viver