Homem… sombra que sussurra e queima minha mente,
teu encanto é feitiço, teu toque, veneno ardente.
Nunca vi persistência tão cruel e tão bela,
será de carne e osso ou apenas uma estrela?
O destino te trouxe como noite a invadir o dia,
uma confusão me devora, mistura dor e magia.
Digo: “não é real”, mas algo em mim quer crer,
uma chama que me arrasta e não me deixa esquecer.
Palavras pesam como pedras, saem entre dentes,
dizem o que sinto, mas tremem os sentimentos presentes.
Este ser que não se esconde, que surge no breu,
quem és tu que consome e acende meu céu?
Fiz algo para merecer este tormento sutil?
Se fui sombra ou luz, não sei… mas teu feitiço é febril.
Sinto-me frágil, prestes a quebrar com um toque teu,
mas ao mesmo tempo, inteira, presa a este desejo que cresceu.
E mesmo na dor que corrói, na dúvida que me devora,
há um encanto sombrio, um amor que implora.
Um perigo irresistível, um segredo que me faz amar,
um homem que é sombra, é fogo… é impossível de desvendar.