Berlim guardava cicatrizes,
Paris acendia lâmpadas nos cafés.
Ele, Friedrich, caminhava com passos pesados,
Ela, Claire, dançava com olhos de luz.
O trem que cruzava fronteiras
trazia mais do que passageiros:
trazia segredos, cartas não enviadas,
trazia o destino em silêncio.
No vagão, o olhar se encontrou,
dois mundos separados por trincheiras,
dois corações unidos por acaso.
Ela sorria como quem desafia a guerra,
ele tremia como quem carrega fantasmas.
Mas o instante foi mais forte que o medo,
e o amor nasceu sem pedir permissão.
Entre fronteiras vigiadas,
o amor precisava de disfarces.
Não eram telegramas oficiais,
mas folhas dobradas em silêncio.
Friedrich escrevia com mãos trêmulas:
“Claire, teus olhos são minha paz,
mesmo que o mundo ainda carregue
o peso das armas enterradas.”
Ela respondia em tinta azul:
“Meu alemão, não temo o passado,
pois cada palavra tua
é ponte sobre o abismo.”
As cartas viajavam escondidas
em malas de viajantes,
em bolsos de soldados cansados,
em livros que fingiam ser neutros.
Cada envelope era um risco,
cada selo uma promessa.
E no papel, mais forte que a pólvora,
crescia um amor clandestino.
Paris respirava jazz nas esquinas,
os cafés fervilhavam de vozes e fumaça.
Claire caminhava pela Rue de Rivoli,
seu vestido leve desafiava o inverno tardio.
Friedrich, vindo de Berlim,
trazia nos olhos a sombra das batalhas,
mas também a esperança de um novo começo.
O relógio da estação marcava seis horas,
quando os dois se encontraram,
não mais em cartas,
mas em carne, em gesto, em silêncio.
Ela estendeu a mão,
ele hesitou por um instante,
como quem teme que o toque
possa quebrar o frágil cristal da paz.
Mas o toque foi firme,
foi promessa e foi entrega.
Naquele instante, Paris deixou de ser cidade,
e tornou-se testemunha de um amor proibido.
Os dias em Paris eram breves,
mas cada encontro roubado
valia por uma eternidade.
Nos cafés, falavam em voz baixa,
nos parques, caminhavam como sombras.
O mundo não podia saber,
mas o coração não podia calar.
Claire lhe mostrava a cidade:
o Sena refletindo estrelas,
Montmartre cantando boemia,
Notre-Dame guardando orações.
Friedrich lhe mostrava sua alma:
cicatrizes escondidas,
medos não ditos,
esperanças frágeis como vidro.
O amor crescia como chama escondida,
alimentado por olhares,
por mãos que se buscavam,
por sonhos que se escreviam no ar.
E mesmo sabendo que o futuro
podia ser cruel,
eles escolheram viver o presente,
como quem bebe água rara
em meio ao deserto.
O rio corria lento,
como se guardasse segredos antigos.
Eles sentaram na margem,
ouvindo o murmúrio da água,
como se fosse música feita só para dois.
Claire recitou versos franceses,
Friedrich respondeu em alemão.
Duas línguas diferentes,
mas um mesmo idioma: o amor.
As estrelas refletiam no rio,
e cada reflexo era promessa.
O vento trazia lembranças,
mas também levava medos.
Naquela noite, o Sena não era rio,
era espelho de um destino.
E o beijo que se repetiu
foi mais eterno que o próprio tempo.
O trem partiu de Paris,
levando consigo promessas e saudades.
Friedrich voltava a Berlim,
onde as ruas ainda carregavam cinzas,
onde os muros falavam em silêncio.
Claire ficou na estação,
seu lenço branco acenando no ar,
como bandeira de paz,
como sinal de esperança.
Cada quilômetro era distância,
mas também era prova de coragem.
Pois o amor não se mede em mapas,
mas em lembranças que queimam no peito.
Em Berlim, ele escrevia novamente,
palavras que tentavam vencer o frio.
Ela respondia com versos,
transformando saudade em poesia.
O retorno não era fim,
era apenas pausa.
Pois o coração, mesmo longe,
continuava a bater em uníssono.
O inverno chegou pesado,
com neve cobrindo telhados e memórias.
Friedrich caminhava pelas ruas geladas,
cada passo ecoava solidão.
Claire, em Paris,
olhava o Sena congelado,
imaginando o reflexo dele
nas águas paradas.
As cartas tornaram-se mais longas,
mais intensas,
como se cada palavra fosse abraço,
como se cada frase fosse beijo.
O frio não apagava o fogo,
ao contrário, o alimentava.
Pois a saudade era chama,
e o amor, lenha eterna.
Eles sonhavam com reencontros,
com dias sem fronteiras,
com noites sem despedidas.
E no silêncio do inverno,
o amor crescia invisível,
como raiz sob a neve.
A primavera trouxe flores,
e com ela, coragem.
Friedrich voltou a Paris,
seu coração batendo como tambor.
Claire o esperava no mesmo café,
onde o jazz ainda embalava sonhos.
O reencontro foi explosão,
foi sol depois da tempestade.
Eles caminharam pelas ruas,
como se fossem donos da cidade.
Cada olhar era promessa,
cada toque, eternidade.
O mundo podia desconfiar,
mas eles não se importavam.
Pois o amor, quando verdadeiro,
não pede licença,
apenas floresce.
Naquele dia, Paris sorriu,
e o Sena voltou a cantar.
O reencontro não era acaso,
era destino cumprido.
As sombras da política rondavam,
lembrando que a paz era frágil,
que os tratados eram frágeis como vidro.
Mas eles escolheram lutar,
não com armas,
mas com abraços.
Na penumbra de um quarto parisiense,
os dois se olharam como quem descobre o infinito.
Não havia testemunhas,
apenas o silêncio cúmplice das paredes.
“Prometo-te, minha francesa,
que nem o tempo, nem a distância,
nem os fantasmas da guerra
podem quebrar o que nasceu entre nós.”
“Meu alemão, juro-te que,
mesmo que o mundo desabe,
meu coração será tua pátria.”
O juramento não foi escrito em papel,
nem gravado em pedra.
Foi selado em beijos,
foi gravado na pele,
foi inscrito na alma.
E assim, o romance de 1922
transformou-se em eternidade.
O jazz embalava suas noites,
os clubes escondidos vibravam em notas azuis.
Cada acorde era confissão,
cada melodia, promessa.
Mas o medo rondava como sombra.
A cada batida na porta,
a cada olhar desconfiado,
eles temiam o fim.
Ainda assim, o amor resistia.
E mesmo separados,
continuaram unidos.
Pois o coração não conhece muros,
não reconhece bandeiras.
Anos depois, as cartas ainda existiam,
guardadas em caixas de madeira,
amareladas pelo tempo,
mas vivas como no primeiro dia.
Cada palavra era testemunha,
cada verso, memória.
O romance de 1922
não foi apagado pela história,
foi inscrito nela.
Claire envelheceu em Paris,
Friedrich em Berlim.
Mas seus corações,
mesmo distantes,
continuaram batendo juntos.
O legado não foi apenas amor,
foi coragem,
foi resistência,
foi prova de que,
mesmo em tempos de ódio,
o amor pode florescer.
E assim, o romance de um alemão
e de uma francesa em 1922
tornou-se eterno,
gravado não Berlim guardava cicatrizes,
Paris acendia lâmpadas nos cafés.
Ele, Friedrich, caminhava com passos pesados,
Ela, Claire, dançava com olhos de luz.
O trem que cruzava fronteiras
trazia mais do que passageiros:
trazia segredos, cartas não enviadas,
trazia o destino em silêncio.
No vagão, o olhar se encontrou,
dois mundos separados por trincheiras,
dois corações unidos por acaso.
Ela sorria como quem desafia a guerra,
ele tremia como quem carrega fantasmas.
Mas o instante foi mais forte que o medo,
e o amor nasceu sem pedir permissão.
Entre fronteiras vigiadas,
o amor precisava de disfarces.
Não eram telegramas oficiais,
mas folhas dobradas em silêncio.
Friedrich escrevia com mãos trêmulas:
“Claire, teus olhos são minha paz,
mesmo que o mundo ainda carregue
o peso das armas enterradas.”
Ela respondia em tinta azul:
“Meu alemão, não temo o passado,
pois cada palavra tua
é ponte sobre o abismo.”
As cartas viajavam escondidas
em malas de viajantes,
em bolsos de soldados cansados,
em livros que fingiam ser neutros.
Cada envelope era um risco,
cada selo uma promessa.
E no papel, mais forte que a pólvora,
crescia um amor clandestino.
Paris respirava jazz nas esquinas,
os cafés fervilhavam de vozes e fumaça.
Claire caminhava pela Rue de Rivoli,
seu vestido leve desafiava o inverno tardio.
Friedrich, vindo de Berlim,
trazia nos olhos a sombra das batalhas,
mas também a esperança de um novo começo.
O relógio da estação marcava seis horas,
quando os dois se encontraram,
não mais em cartas,
mas em carne, em gesto, em silêncio.
Ela estendeu a mão,
ele hesitou por um instante,
como quem teme que o toque
possa quebrar o frágil cristal da paz.
Mas o toque foi firme,
foi promessa e foi entrega.
Naquele instante, Paris deixou de ser cidade,
e tornou-se testemunha de um amor proibido.
Os dias em Paris eram breves,
mas cada encontro roubado
valia por uma eternidade.
Nos cafés, falavam em voz baixa,
nos parques, caminhavam como sombras.
O mundo não podia saber,
mas o coração não podia calar.
Claire lhe mostrava a cidade:
o Sena refletindo estrelas,
Montmartre cantando boemia,
Notre-Dame guardando orações.
Friedrich lhe mostrava sua alma:
cicatrizes escondidas,
medos não ditos,
esperanças frágeis como vidro.
O amor crescia como chama escondida,
alimentado por olhares,
por mãos que se buscavam,
por sonhos que se escreviam no ar.
E mesmo sabendo que o futuro
podia ser cruel,
eles escolheram viver o presente,
como quem bebe água rara
em meio ao deserto.
O rio corria lento,
como se guardasse segredos antigos.
Eles sentaram na margem,
ouvindo o murmúrio da água,
como se fosse música feita só para dois.
Claire recitou versos franceses,
Friedrich respondeu em alemão.
Duas línguas diferentes,
mas um mesmo idioma: o amor.
As estrelas refletiam no rio,
e cada reflexo era promessa.
O vento trazia lembranças,
mas também levava medos.
Naquela noite, o Sena não era rio,
era espelho de um destino.
E o beijo que se repetiu
foi mais eterno que o próprio tempo.
O trem partiu de Paris,
levando consigo promessas e saudades.
Friedrich voltava a Berlim,
onde as ruas ainda carregavam cinzas,
onde os muros falavam em silêncio.
Claire ficou na estação,
seu lenço branco acenando no ar,
como bandeira de paz,
como sinal de esperança.
Cada quilômetro era distância,
mas também era prova de coragem.
Pois o amor não se mede em mapas,
mas em lembranças que queimam no peito.
Em Berlim, ele escrevia novamente,
palavras que tentavam vencer o frio.
Ela respondia com versos,
transformando saudade em poesia.
O retorno não era fim,
era apenas pausa.
Pois o coração, mesmo longe,
continuava a bater em uníssono.
O inverno chegou pesado,
com neve cobrindo telhados e memórias.
Friedrich caminhava pelas ruas geladas,
cada passo ecoava solidão.
Claire, em Paris,
olhava o Sena congelado,
imaginando o reflexo dele
nas águas paradas.
As cartas tornaram-se mais longas,
mais intensas,
como se cada palavra fosse abraço,
como se cada frase fosse beijo.
O frio não apagava o fogo,
ao contrário, o alimentava.
Pois a saudade era chama,
e o amor, lenha eterna.
Eles sonhavam com reencontros,
com dias sem fronteiras,
com noites sem despedidas.
E no silêncio do inverno,
o amor crescia invisível,
como raiz sob a neve.
A primavera trouxe flores,
e com ela, coragem.
Friedrich voltou a Paris,
seu coração batendo como tambor.
Claire o esperava no mesmo café,
onde o jazz ainda embalava sonhos.
O reencontro foi explosão,
foi sol depois da tempestade.
Eles caminharam pelas ruas,
como se fossem donos da cidade.
Cada olhar era promessa,
cada toque, eternidade.
O mundo podia desconfiar,
mas eles não se importavam.
Pois o amor, quando verdadeiro,
não pede licença,
apenas floresce.
Naquele dia, Paris sorriu,
e o Sena voltou a cantar.
O reencontro não era acaso,
era destino cumprido.
As sombras da política rondavam,
lembrando que a paz era frágil,
que os tratados eram frágeis como vidro.
Mas eles escolheram lutar,
não com armas,
mas com abraços.
Na penumbra de um quarto parisiense,
os dois se olharam como quem descobre o infinito.
Não havia testemunhas,
apenas o silêncio cúmplice das paredes.
“Prometo-te, minha francesa,
que nem o tempo, nem a distância,
nem os fantasmas da guerra
podem quebrar o que nasceu entre nós.”
“Meu alemão, juro-te que,
mesmo que o mundo desabe,
meu coração será tua pátria.”
O juramento não foi escrito em papel,
nem gravado em pedra.
Foi selado em beijos,
foi gravado na pele,
foi inscrito na alma.
E assim, o romance de 1922
transformou-se em eternidade.
O jazz embalava suas noites,
os clubes escondidos vibravam em notas azuis.
Cada acorde era confissão,
cada melodia, promessa.
Mas o medo rondava como sombra.
A cada batida na porta,
a cada olhar desconfiado,
eles temiam o fim.
Ainda assim, o amor resistia.
E mesmo separados,
continuaram unidos.
Pois o coração não conhece muros,
não reconhece bandeiras.
Anos depois, as cartas ainda existiam,
guardadas em caixas de madeira,
amareladas pelo tempo,
mas vivas como no primeiro dia.
Cada palavra era testemunha,
cada verso, memória.
O romance de 1922
não foi apagado pela história,
foi inscrito nela.
Claire envelheceu em Paris,
Friedrich em Berlim.
Mas seus corações,
mesmo distantes,
continuaram batendo juntos.
O legado não foi apenas amor,
foi coragem,
foi resistência,
foi prova de que,
mesmo em tempos de ódio,
o amor pode florescer.
E assim, o romance de um alemão
e de uma francesa em 1922
tornou-se eterno,
gravado não em monumentos,
mas nas almas que ousaram amar.
O último olhar,
o último verso,
não foi despedida,
foi continuação.
Pois o amor,
quando verdadeiro,
não conhece fronteiras,
não reconhece guerras,
não se curva ao tempo.
Ele apenas floresce,
eterno.em monumentos,
mas nas almas que ousaram amar.
O último olhar,
o último verso,
não foi despedida,
foi continuação.
Pois o amor,
quando verdadeiro,
não conhece fronteiras,
não reconhece guerras,
não se curva ao tempo.
Ele apenas floresce,
eterno.