Mato Grosso do Sul, meu chão sem igual,
terra de fronteira, de amor natural.
Do tereré ao pôr do sol azul,
bate forte o coração sul-mato-grossense.
No coração do Brasil, entre rios e serras,
vive um povo moldado nas muitas terras.
Filhos da fronteira, mistura sem par,
de alma indígena, paraguaia e do lugar.
Gaúcho e mineiro, boliviano também,
tecem histórias que o tempo mantém.
De cada canto, um traço, um sabor,
fazendo do Sul um mosaico de amor.
Nasce o tereré nas rodas da amizade,
sopro gelado da hospitalidade.
E entre violas, risos e luar,
o chamamé começa a soar.
Fogueiras acesas em Jateí iluminam,
as festas de São João se animam.
No Siriri, no Cururu, na fé que bendiz,
ecoam memórias que o povo diz.
Pantanal espelho de céu e emoção,
refúgio de vida, berço da criação.
Onça-pintada, cervo e ariranha,
guardam segredos na água tamanha.
E o Cerrado, de troncos retorcidos,
canta em ipês os sonhos floridos.
O lobo-guará caminha altaneiro,
símbolo nobre do chão pantaneiro.
Na mesa, o aroma é pura tradição:
chipa e sobá, amor e união.
Sopa paraguaia, pintado na brasa,
sabores que tornam o lar uma casa.
E quando a viola entoa no chão,
é a alma do Sul em vibração.
Campo Grande, capital do chamamé,
onde o ritmo e o coração têm fé.
Mato Grosso do Sul, mistura bendita,
tua essência é canção infinita.
Entre o ontem e o amanhã, tua gente semeia
um futuro que dança, trabalha e anseia.
Terra de muitos cantos, muitos amores,
és poema bordado de mil cores.
Entre o Pantanal, o Cerrado e o luar,
tua cultura é estrela a brilhar.
A onça vigia, o ipê floresceu,
a viola chama o canto que é meu.
De Campo Grande ao imenso Pantanal,
teu povo é força, é canto regional.