Lembro de você
todos os dias.
Sem falhar.
Como se o tempo
tivesse aprendido
o teu nome.
Eu te quis só pra mim,
mesmo sendo adolescente,
mesmo sem saber direito
como amar sem medo.
Eu quis casa contigo,
futuro simples,
amor que fica
sem precisar fugir.
No primeiro olhar,
num piscar de olhos,
eu me entreguei
sem querer.
Foi rápido demais
pra ser escolha.
Foi fundo demais
pra ser só paixão.
Mudei.
Já não era só eu.
Esqueci de mim
pra tentar conhecer
o que éramos nós.
E no meio disso tudo
a gente dizia baixinho,
como quem faz promessa
sem saber o peso dela:
“minha alma,
meu corpo,
pertencem a você.”
Talvez amar seja isso:
se perder um pouco
pra encontrar alguém.
E se ainda dói,
é porque foi real.
Porque eu lembro de você
todos os dias,
e uma parte de mim
ainda mora aí.
estrelinha