No canto mudo, o vento murmura,
o relógio arrasta sua dor,
e cada lembrança ainda pura
é um espelho do que foi amor.
A solidão cobre a alma em neblina,
um frio que o peito não disfarça,
e o amor — chama que não termina —
queima, mesmo quando se apaga.
Há um rosto preso na memória,
um toque que o tempo levou,
e o coração, sem vitória,
busca o que nunca voltou.
Pois amar é cair sem chão,
é ferir-se por dentro e florir,
é viver entre a escuridão
do vazio… e do sentir.