O Art

Entre o Vazio e o Sentir

No canto mudo, o vento murmura,

o relógio arrasta sua dor,

e cada lembrança ainda pura

é um espelho do que foi amor.

 

A solidão cobre a alma em neblina,

um frio que o peito não disfarça,

e o amor — chama que não termina —

queima, mesmo quando se apaga.

 

Há um rosto preso na memória,

um toque que o tempo levou,

e o coração, sem vitória,

busca o que nunca voltou.

 

Pois amar é cair sem chão,

é ferir-se por dentro e florir,

é viver entre a escuridão

do vazio… e do sentir.