Antonio Ramos

Outra vez

Outra vez eu tento evitar palavras, enquanto procuro controlar meu ego e meu orgulho descabido, evito dizer-te coisas que só firam e todas as que também soem banais.

E isso talvez me  faça parecer sábio ou menos tolo do que normalmente tenho sido. 

O mundo gira ao meu redor, embora as coisas não aconteçam em função do que eu possa querer, há muito tempo tenho aprendido esta lição.

Simples assim garota, não pense que eu não sei, que não me abate a tua dor, teu desespero.

Em teus olhos eu os tenho percebido, e deles, me tenho no medo protegido. 

É que algumas vezes te sorrir, é algo que não faz sentido.

Muitas vezes me falta o que devo dizer, mas sou eu que tenho respirado, este ar pesado que me embarga a voz e arde os olhos. 

Revolvo-me entre a negação e a aceitação desta breve fase reflexiva,esperando o momento em que eu tenha a epifânia e convicto de ter encontrado o sentido da vida, descanse na minha impotência.

Enquanto sei que tudo que esperas de mim é só uma mão amiga e um olhar compreensivo.