O pássaro calado vivia apressado,
Buscava absorto sua metade, seu lado,
Em cada alvorada voava concentrado,
A cada fim de tarde se encontrava abatido.
Entre primaveras e outonos voou afinco,
Demasiado cansado, tornava aflito,
Preocupado dormia, alarmado acordava,
Sua completude completa não estava.
Os anos passaram, o pássaro não viu,
Buscou o que prometeram, será que sentiu?
Do alto pairou, atrás de um tesouro vil.
Para o velho pássaro o tempo passou,
Em paz nunca esteve, e o que sempre quis não achou,
Sua sina severa foi ver que o tempo acabou.