Geralda Maria Pinheiro Figueiredo Pithon

O Barco Sou Eu

O Barco Sou Eu

Não sou apenas quem observa o horizonte
Nem o porto que espera o fim do dia

Sou a madeira estalada, a quilha firme
A própria carcaça que enfrenta a maresia
As minhas cicatrizes são marcas de casco
Raspas de pedras que o tempo não leu

Se a onda é alta e o vento é brusco
Eu não temo o naufrágio pois o barco sou eu
O Movimento e a Pausa

As águas calmas não me ensinam o prumo
É no balanço que entendo o meu ser

Às vezes me perco mudo o meu rumo
Mas nunca desisto de me pertencer

Minha alma é a vela o peito é o porão
Guardando segredos que o sal escondeu

Navego no ritmo do meu coração
Pois a rota é longa... e o barco sou eu

O Destino
Não busco a terra para ficar parado
Pois um barco ancorado apodrece no cais
Prefiro o risco do mar agitado

Do que o silêncio de quem não tenta mais
Sigo flutuando constante e atento
Sob o sol que queima ou o céu que escureceu

Eu sou o caminho o motor e o momento
O mar é o mundo... mas o barco sou EU 

Meu Lado Poético 
Geralda Figueiredo