Fundado no aço, estou fervendo
Derretendo nas marteladas
O ferreiro esculpiu, cuspindo brasas e brasas
Em alto fogo, em alta pressão, sim, nasci para isso
Me afie, me tinja de outra cor, me faça reverberar
No esconde-esconde da noite, eu sou o caçador
Encaixo bem, quase com um clique, mais do que uma luva
Ela vai saber quando olhar nos meus olhos escuros
Primal, quase sobrenatural, não sou mais uma vítima
Batendo de frente, estou vindo como um trem
Ficando quieto, em silêncio, mas, tomada uma decisão, irei até o final
Guardado na bainha, vou ir até o limite, até meu sangue escoar
E quando quebrar, vou ter feito algo, nem que seja um estrago
Lembrei de você, quando eu estive na pior, amole mais a bainha
Sim, um homem forjado, na dor, na gentileza, dois lados, mesma moeda
Me julgue, me condene, tanto faz
Apenas ferro, apenas aço, um sentimento primal, não mais uma vítima
Sim, lembre-se, sou uma faca que ainda não saiu da bainha...