O amor chega como tempestade mansa,
arranca raízes, muda o curso dos rios
e ainda assim pede licença ao coração!
É um vento antigo,
mais velho que a montanha e mais novo que o orvalho,
capaz de dobrar árvores orgulhosas
e fazer sementes acreditarem no impossível!
Quando ele toca, tudo se exagera:
o sol queima mais alto,
a lua cresce até caber nos olhos,
o instante vira eternidade sem pedir desculpas!
Amar é ser enfeitiçado sem palavras mágicas,
é aceitar o sortilégio
como quem aceita a chuva —
sabendo que vai se molhar,
sabendo que não há abrigo suficiente!
O amor não pergunta, convoca!
Não explica, arrebata!
É relâmpago que escolhe o corpo,
maré que decide o encontro das margens,
constelação que empurra dois destinos
para o mesmo céu!
E mesmo quando dói,
quando ruge como vulcão ou fere como espinho,
ninguém deseja a cura!
Porque fugir do amor
seria fugir da própria magia
que nos faz humanos,
imensos,
vivos!!!