Maximiliano Skol

LAPSO DE HUMOR

        LAPSO DE HUMOR

Sempre tive a noção de estar a viver,
Sempre tive horas dessa   plausível vivência.
Mas hoje algo de mim se apodera,
Vejo da piscina reflexo de um azul sem jaça
Com a  abóbada celeste vazia,
Desnuviada  em  imensa  vacuidade.
Sou tomado por uma  sensação de imponderabilidade,
Também meu pensamento inerte, sem transcendência,
Induz-me a pressentir  premonição  funérea.
Nada por sentir, nada por temer,
Pressinto até novo existir
Porque me sinto precoce, aqui, inexistente.
E um tédio  em  mim  se instala
Em que ausente estou  de euforia,
Ou empatia a  tudo no meu entorno.
Vejo agora concomitante a isso
Folhas estáticas das árvores
Pela inércia da calmaria no ar
E nessa atmosfera de quietude
Minha  alma se associa sem sentimentos
De saudades, ou   ressentimentos
E num blasé gostoso
É quando nesse lapso de humor
Inexisto tranquilamente.

Tangará da Serra, 19/12/2025.