Borboletei-me,
E fui voar pelo Jardim
Sobre as rosas, cravos e jasmim
Encantado, entre perfumes e flores,
Assim, leve feito uma pluma
Indolente, sem pressa alguma
Adormeci, num êxtase de cores.
Desaguei-me,
Jogando meus sonhos no rio
Eles nadaram, tiritando de frio,
E então, se fizeram cachoeira,
Despencando num abismo de lembranças,
Num estrondo de saudade ela alcança
Longínquos vales e cordilheiras.
Poetei-me,
De borboleta e águas de rio
De sonhos que tremem de frio
Vestindo rimas e versos;
Que soprados pelo vento
São viajantes no tempo
Pelos confins do universo.