Raquel Ordones

Soneto vadio

Tem pegadas; em mim um automático,

Enfático a pular todos meus muros,

No obscuro me invade pouco didático,

Lunático; malandro sem perjuros.

 

Impuro; num roubar minha atenção,

Pretensão; com as garras da esperteza,

Com sutileza e sem nenhum arranhão.

É ladrão dos meus eus sobre a mesa.

 

É destreza, toda a vida me arranca,

Espanca-me o ouvido; mia e ronrona,

Carona pega na minha poltrona.

 

Detona-me; é de figura franca,

Destranca-me soneto em arrepio,

Cio de poesia de jeito vadio.

 

Raquel Ordones #Ordonismo #raqueleie