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Marcellus Augusto

O encontro do homem com Deus nas trevas da Alma

Estou aflito, sozinho e solitário com o coração seco

Faço os meus versos sem a expectativa de serem lidos

Mas escrevo, pois a minha alma clama para falar, ela grita e chora

Só a Deidade me conhece e só nEle eu posso confiar. 

Os dias são difíceis para o meu espírito

Meu coração parece viver no mar dos conflitos e provações

Não tenho paz, eu coloco a minha cabeça para dormir

Mas não consigo, e quando consigo, só tenho pesadelos e sofrimentos. 

Sinto-me parado, como alguém que tivesse perdido no tempo

Vejo todos progredirem, caminharem, viverem, amarem, e eu nada

O que me sobra? deixei-me ser tomado pela covardia, machuquei quem me amava

Desprezei quem me ofereceu ajuda, e agora estou sozinho no silêncio da escuridão.

Quando precisei enfrentar as minhas falhas e erros, me escondi

Escondi-me nos meus vícios e criei um monstro que não sou capaz de derrotar

Deixei-me levar pelas dores e não fui capaz de reagir, clamei ao Senhor

Todavia, as minhas ações entravam em desencontro com os meus pedidos.

Não tenho força para rezar, minhas preces são fracas

Minha fé é tão pequena que teria inveja de um grão de mostarda

Meus joelhos pesam toneladas, quando vou me curvar diante de Deus

A única coisa que me sobra é o silêncio, o silêncio que me alcança o Divino.

Porém, sei que a luz só brilha no meio da escuridão

E para subir no alto do monte, preciso, antes de tudo, descer

Descer no mais profundo do meu espírito e encontrar-me com Deus

Então, eu entenderei os sentidos das coisas, da vida e da existência.

E quando esse momento chegar, eu verei as coisas como elas são

Terei gozo e paz em Deus, então a Divindade e eu seremos um só.