Estou aflito, sozinho e solitário com o coração seco
Faço os meus versos sem a expectativa de serem lidos
Mas escrevo, pois a minha alma clama para falar, ela grita e chora
Só a Deidade me conhece e só nEle eu posso confiar.
Os dias são difíceis para o meu espírito
Meu coração parece viver no mar dos conflitos e provações
Não tenho paz, eu coloco a minha cabeça para dormir
Mas não consigo, e quando consigo, só tenho pesadelos e sofrimentos.
Sinto-me parado, como alguém que tivesse perdido no tempo
Vejo todos progredirem, caminharem, viverem, amarem, e eu nada
O que me sobra? deixei-me ser tomado pela covardia, machuquei quem me amava
Desprezei quem me ofereceu ajuda, e agora estou sozinho no silêncio da escuridão.
Quando precisei enfrentar as minhas falhas e erros, me escondi
Escondi-me nos meus vícios e criei um monstro que não sou capaz de derrotar
Deixei-me levar pelas dores e não fui capaz de reagir, clamei ao Senhor
Todavia, as minhas ações entravam em desencontro com os meus pedidos.
Não tenho força para rezar, minhas preces são fracas
Minha fé é tão pequena que teria inveja de um grão de mostarda
Meus joelhos pesam toneladas, quando vou me curvar diante de Deus
A única coisa que me sobra é o silêncio, o silêncio que me alcança o Divino.
Porém, sei que a luz só brilha no meio da escuridão
E para subir no alto do monte, preciso, antes de tudo, descer
Descer no mais profundo do meu espírito e encontrar-me com Deus
Então, eu entenderei os sentidos das coisas, da vida e da existência.
E quando esse momento chegar, eu verei as coisas como elas são
Terei gozo e paz em Deus, então a Divindade e eu seremos um só.